segunda-feira, 15 de junho de 2009

Adolescência: período conturbado


Adaptado do Diário de Pernambuco (Mai/2009)


Tragédias envolvendo pessoas tão jovens sempre despertam perplexidade e incitam discussões em torno do mundo particular dos adolescentes. Seus anseios, conflitos, sentimentos. "A sociedade precisa se ligar mais na juventude", escreveu o internauta Claudio. "Isso é o que dá educar crianças como se fossem adultos", escreveu outro internauta, identificado pelo pseudônimo "leitor". Segundo os pscicólogos ouvidos, a adolescência é cheia de crises típicas da transição da infância para a idade adulta. Uma fase em que o indíviduo precisa de afetividade, limites, referências e atenção. Dos pais e da escola.



Segundo o psicólogo de crianças e adolescentes, professor da Universidade Católica de Pernambuco e da Faculdade de Boa Viagem Carlos Brito, não é fácil para o jovem vivenciar a adolescência. "É uma fase caracterizada por três crises: de identidade, autoridade e sexualidade", afirmou o especialista.


Os comportamentos transgressores também são típicos da adolescência. "Pode haver movimentos de transgressão em vários sentidos, como pegar o carro escondido ou dizer que vai para a casa de um amigo estudar e ir para uma festa. O que se caracteriza uma problemática é quando isso ocorre com intensidade e nada é feito para freiá-la ou falar sobre o assunto," afirmou.


Limites - "Imagino as relações de autoridade hoje como elástico, onde deve haver elasticidade para diálogo, mas firmeza na hora de discernir quando pode e quando não pode", afirmou a professora da Unicap e terapeuta de adolescentes e de família Irinéa Catarino. Para ela, é preciso que a criança se desenvolva sustentada por dois pilares, o da afetividade e o do limite. "Tem que haver equilíbrio entre o dar e o não dar. Excesso de gratificações também criam uma estrutura de personalidade bastante comprometida porque o jovem passa a não suportar um não", disse Irinéa também alerta para uma outra questão - a necessidade de pais escolas prestarem atenção na chamada crise de passagem dos adolescentes, quando é comum o aparecimento desde estágios depressivos até de euforia. "Mas é importante lembrar que cada caso tem uma singularidade própria", afirmou. Culpar os pais quando algo é trágico acontece, também não é saída. "A família também precisa ser assistida", disse Brito.


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